Uma subida do nível do mar é um aumento da elevação do nível do mar. São muitos e complexos os fatores que podem influenciar este tipo de alterações.
O nível do mar subiu cerca de 130 metros desde o auge da última idade do gelo há 18 000 anos. A maior parte desta subida ocorreu antes de há 6 000 anos. Desde há 3 000 anos até ao início do século XIX o nível do mar manteve-se praticamente constante, subindo entre 0.1 e 0.2 mm/ano. Desde 1900 o nível do mar subiu à taxa de 1 a 2 mm/ano; desde 1992 dados de altimetria por satélite obtidos pelo TOPEX/Poseidon indicam uma subida de aproximadamente 3 mm/ano. O IPCC nota, no entanto, que "não foi detectada uma aceleração significativa na velocidade de subida do nível do mar durante o século XX."
A subida do nível do mar pode ser produto do aquecimento global
através de dois processos principais: expansão da água do mar devida ao
aquecimento dos oceanos e derretimento de massas de gelo sobre terra
firme. Prevê-se que o aquecimento global possa causar uma subida
significativa do nível do mar ao longo do século XXI.
Aspectos gerais sobre a subida do nível do mar
Nivel eustático e nível local do mar
O nível local médio do mar (NLMM) é definido como sendo o valor médio
da altura do mar em relação a um referencial terrestre, durante um
período de tempo (um mês ou um ano , por exemplo) suficientemente longo
para que as variações causadas pelas ondas e pelas marés possam ser
suavizadas. Devem fazer-se ajustamentos a alterações detectadas no NLMM
para descontar os efeitos de possíveis movimentos verticais da terra ,
que podem ser da mesma ordem (mm/ano) que as mudanças no nível do mar.
Alguns movimentos de terra ocorrem devido ao movimento isostático do manto ao derretimento de mantos de gelo no final da última era glacial.
O peso do manto de gelo deprime o terreno subjacente, e quando o gelo
derrete a terra vagarosamente regressa à sua posição anterior à
deposição do gelo (ressalto isostático). O NLMM pode também ser afectado
pela pressão atmosférica, correntes marítimas e mudanças locais na temperatura do oceano.
A mudança eustática
(contrariamente à mudança local) resulta numa alteração global dos
níveis do oceanos, tais como variação do volume de água dos oceanos do
mundo ou do volume de bacias oceânicas.
Variações a longo prazo
Muitos fatores afetam o volume ou a massa do oceano, conduzindo a
mudanças de longo prazo no nível eustático do mar. As duas influências
principais são a temperatura (porque o volume de água depende da
temperatura), e a massa da água retida na terra e no mar sob a forma de
água doce em rios, lagos, geleiras, calotas de gelo polar, e gelo
marinho. À escala de tempo geológico as mudanças nas formas das bacias oceânicas e na distribuição de terra/mar afetam também o nível do mar.
Estimativas observacionais são de que a subida do nível do mar devido
ao aumento da temperatura é de 1 mm/ano durante as décadas recentes.
Estudos observacionais e de modelo da perda de massa dos glaciares e das
calotas polares indicam uma contribuição média para o aumento do nível
do mar de 0,2 mm/ano a 0,4 mm/ano durante o século XX.
Glaciares e calotas polares
Em cada ano, cerca de 8 mm de água da superfície inteira dos oceanos cai na Antártica e na Gronelândia sob a forma de neve.
Se o gelo não retornasse aos oceanos, o nível do mar diminuíria 8 mm a
cada ano. Todavia, aproximadamente a mesma quantidade de água retorna
aos oceanos em icebergs
e em gelo derretendo nas extremidades, os cientistas não sabem qual é o
maior - o gelo que entra ou sai. A diferença entre o gelo que entra e o
gelo que sai é chamada de balanço de massa e é importante pois faz variar o nível do mar em termos globais.
Plataformas de gelo
flutuam na superfície do mar e, se derretem, não alteram directamente o
nível do oceano, do mesmo modo, o derretimento da calota de gelo polar
norte, que é composta de blocos de gelo flutuantes, não contribuiria
significantemente para a elevação do nível dos oceanos. Por serem
constituídas por água doce, todavia, seu derretimento causa um pequeno
aumento nos níveis do mar, tão pequeno que geralmente é desprezado.
Todavia, pode-se argumentar que o derretimento das plataformas de gelo é
um precursor do derretimento aos mantos de gelo na Gronelândia e
Antártica.